Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno
Pouco
se sabe sobre o homem chamado “Melquisedeque”, citado em três textos das
Escrituras (Gn 14; Sl 110; Hb 5-7). Ele
apareceu a Abrão, quando este ia ao encontro do exército do Rei de Sodoma para
guerrear. Melquisedeque, descrito como Rei de Salém e Sacerdote do Altíssimo, trazendo consigo “pão e vinho”, abençoou a Abrão afirmando a vitória do
patriarca (Gn 14.18-20).
O Rei Davi
escreveu um salmo no qual afirma que o Messias, portador do cetro de Deus,
traria consigo um juramento: “tu
és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). Essa expressão foi tomada pelo escritor
aos Hebreus e aplicada claramente a Jesus Cristo (Hb 5. 5-6).
Essa descrição bíblica
do Messias aponta para valores muitíssimo importantes do nosso Senhor. Ter
entendimento destes valores poderá modificar alguns aspectos do modo como nos
relacionamos com Jesus e esperamos nEle. Um texto de grande importância para
este entendimento é Hebreus 7.1-4.
Rei de Justiça - Neste texto, o autor aos Hebreus
toma o nome “Melquisedeque”, que tem como raiz as palavras “Maleq” e “tsadique”
(Hebraico - rei/justo), e descreve o caráter justo de Cristo e do seu
sacrifício por nós. Da mesma forma, ele fala do caráter de Cristo chamando a
atenção para a expressão: “Rei de Salém”.
Rei de Salém - a descrição “Rei de Salém” ou
“Rei da Paz” está diretamente ligada à pessoa obra do Salvador no que diz
respeito ao resultado da justiça que ele oferece no seu sacrifício. Ou seja,
toda a obra de Cristo tem como razão final nos oferecer paz.
Estes dois destaques
feitos pela carta aos Hebreus apontam para um “Rei”. Entretanto, em todos estes textos destacasse este rei como um
sacerdote. Ao falar de Melquisedeque, o escritor bíblico ressalta que não há uma descrição genealógica dele e afirma que semelhantemente Cristo também é eterno. Assim sendo, a obra de perdão operada no sacrifício de Cristo também dura para sempre.
Concluímos, portanto, que a justiça que emana do
sacrifício de Cristo não é duvidosa, passageira ou momentânea, mas eterna e
segura. Ela produz o fruto da paz! Como nosso rei-sacerdote ele, por meio de
sua morte, satisfez a justiça e nos trouxe a mais preciosa paz que se deve
esperar neste mundo: ter
comunhão com Deus.
Ao nos ensinar Cristo como um Sacerdote segundo a ordem de
Melquisedeque, as Escrituras nos conduzem a um estado de confiança e segurança que nos
faz repousar seguros nEle. O “pão e vinho” são
símbolos desta justiça e paz eternas que nos são oferecidas em Cristo. Nosso
rei-sacerdote é poderoso para nos oferecer sua eternidade e perdão como ofertas
de seu amor.
Abraão deu o
dízimo - Não
se trata de compra do favor, mas de reconhecimento e gratidão. É muito
importante que o cristão aprenda a celebrar sua vida com Cristo com o gesto da
entrega e da rendição (Hb 7.4). Quando aprendermos a entregar o melhor para
Deus, estaremos um pouquinho mais perto de ter compreendido quem Ele é. Este é o ponto central de toda a história: quem Ele é! É a partir daqui que tudo muda e tudo se transforma em nós. Quando nos aproximamos deste verdeiro Cristo, tudo fica pequeno e pouco importante, porque nos sentimos seguros, livres e em paz. Conhecê-lo é o que mais precisamos agora.
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