sábado, 13 de outubro de 2018

Antecedentes da Reforma - Nos Dias da Igreja Primitiva


A Reforma Protestante de 1517 foi um movimento de transformação do próprio Cristianismo. Como numa casa, de vez em quando, fazemos uma limpeza retirando entulhos acumulados e ou reformamos cômodos que estavam deteriorados, as teses de Martinho Lutero foram o começo de um grande movimento de limpeza na teologia e prática da Igreja Cristã.
Com maior ou menor impacto, movimentos de limpeza e revisão da teologia e prática da Igreja Cristã já haviam acontecido em outros momentos da história. Afinal, desde o inicio da Igreja Cristã, mesmo ainda no período apostólico, sempre foi necessário reavaliar e reorganizar a vida da Igreja, trazendo-a de volta à pureza da crença e prática da fé, por meio da Palavra de Deus.
Paulo exortou os crentes de Corinto a retornarem à simplicidade do Evangelho (2Co 11.3-4), o que também já havia dito aos gálatas (Gl 1.6-9). João exortou os crentes da Ásia Menor a atentarem contra os falsos ensinos que estavam se cristalizando através da ação de falsos mestres e os seu espírito do erro (1Jo 4.1-6). Judas, por sua vez, resolve escrever uma carta, procurando prevenir a igreja contra práticas inoportunas que se instalaram na Igreja (Jd 1-4).
Ao longo de todo o período inicial do Cristianismo, chamado “Primitivo” e depois da morte dos apóstolos, foram necessários movimentos de purificação e correção do Cristianismo, trazendo de volta à crença e prática da Palavra de Deus.
O livro de Apocalipse é entregue às Igreja da Ásia Menor com uma série de recomendações à pureza da Igreja, exortando os irmãos ao perceberem seus erros teológicos ou de prática eclesiástica, convocando-as à reforma de sua visão e prática da fé: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras” (Ap 2.4-5).
Portanto, como se pode notar, desde o período apostólico, a Igreja Primitiva é chamada a estar em constante “Reforma”, por isso é que dizemos: “Igreja Reformada Sempre Reformando”. Este movimento não é de mudança, mas sempre de “retorno”, sempre de reorganização da fé e da prática, segundo Palavra de Deus.
É sempre possível que nos afastamentos da simplicidade do Evangelho, incluindo em nossa prática pessoal e coletiva elementos que não estão de acordo com Palavra de Deus, por isso, sempre precisamos de “reformadores” que nos alertem e nos conduzam de volta.

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