sábado, 21 de dezembro de 2019

A Manjedoura e a Cruz

A manjedoura foi o primeiro lugar onde o Cristo deu os seus primeiros suspiros para o mundo, na Cruz ele expirou pela última vez. Na manjedoura, o Rei dos Judeus, esperado por muitos, permanecia desconhecido dos homens, na Cruz fora pregado, com a intenção de ser esquecido. A manjedoura não era um lugar digno para Jesus, a cruz também não. Ele escolheu fazer a vontade do Pai e veio para a manjedoura, também, pelo mesmo motivo, foi para cruz. A manjedoura aponta para a Redenção dos homens, a cruz da mesma forma.
Não podemos afastar a história da manjedoura, da história da cruz. Uma, na outra, ganha precioso sentido. Precisamos que esta história seja vista por completo, afinal o nascer e o morrer devem ser vistos como movimentos que também nós precisamos aprender a realizar. Jesus falou-nos: “importa-vos nascer de novo” (João 3.7); e também nos disse: “quem perder a vida, por minha causa, salva-la-á” (Lucas 9.24). Desta forma, a vida Cristã, assim como a de Cristo, precisa dos movimentos do nascer e do morrer.
Com certeza podemos pensar em muitos outros pontos de contato entre a manjedoura e a cruz, mas todos, sem dúvida, nos mostram o Amor de Deus em Cristo Jesus. Este tempo deve ser dedicado para meditarmos sobre o fato de Deus nos ter amado e dado o seu Filho para nascer e morrer por nós, para que também nós pudéssemos nascer para Deus e morrer para o mundo.
Neste Natal, busque estabelecer uma relação com a vida que permita você colocar-se exatamente no modelo de Cristo e aprender a morrer todos os dias, para ter a vida de Cristo cada vez mais clara em si. Faça destes dias natalinos, verdadeiros dias de nascimento, novo nascimento e nova vida em Cristo.

sábado, 16 de novembro de 2019

O Calendário Litúrgico

Órgão de tubos da 1a Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo

A Fé Cristã é uma sólida consciência de fatos que tiveram lugar na história, os quais foram realizados por Deus para resgatar homens dos seus pecados. Portanto, é um erro considerar a Fé Cristã apenas como um conjunto de crenças religiosas, desconexas da realidade histórica.
Essa foi uma das tônicas da mensagem dos apóstolos e de todos os que, com eles e a partir do testemunho deles, deram continuidade à própria obra de Cristo: “Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da Palavra. Igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde a sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que fostes instruído” (Lc 1.1-4). A afirmação destes fatos carrega a Fé Cristã de valor histórico redentivo, isto é, as ações divinas redentivas realizadas em meio aos acontecimentos históricos.
Para celebrar liturgicamente essa Fé Histórica, a Igreja Cristã, desde há muito, se valeu de um Calendário Litúrgico que proporciona aos crentes, ao longo do ano de cultos a Deus, lembranças destes diversos momentos ocorridos na história, para nosso louvor e gratidão ao Pai por suas obras entre os homens: “Louvai-o pelos seus poderosos feitos” (Sl 150.2a). Este Calendário também organiza as nossas pregações para que durante o ano, diversas partes da Escritura sejam observadas e usadas para a nossa meditação e louvor litúrgico.
O Protestantismo Brasileiro, por muitas razões, pouco se utiliza dessa ferramenta, mas acreditamos ser muito útil para o nosso crescimento na fé. Obviamente, diferentemente dos Católicos Romanos, deixamos de lado as festas cristãs inseridas ao longo da Tradição Católica Medieval e focamos nos grandes eventos redentivos do Senhor, tais como Natal, Páscoa, Pentecostes, a Igreja e sua missão, as promessas para o povo de Deus etc.
O ano litúrgico para a nossa Igreja começa no Natal, o qual é o ponto de partida da Vida Cristã, isto é, a Chegada do Senhor, o nosso Rei. Este Ciclo do Natal é o inicio, mas também a conclusão do último bloco litúrgico para nós, o qual denominamos “Advento”, que envolve a ideia das promessas da vinda da Senhor à Israel.
O Advento é um ciclo que preferimos lembrar sete domingos antes do dia do Natal. Estes sete domingos representam o tempo da espera pelo cumprimento das perfeitas promessas do Senhor: “Portanto, o Senhor vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7.14). Neste ano de 2019, o advento começará para nós no segundo domingo de novembro, a partir do qual começamos a olhar para o Natal, com o coração cheio da alegria própria daqueles que sempre confiaram nas promessas de Deus. 

domingo, 8 de setembro de 2019

O Cristão Como Exemplo Para a Nação

O chamado cristão envolve o desprendimento que nos leva a desejar viver para Deus e revelar o seu nome ao mundo: “Vós porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9). A Imitação da vida de Jesus por cada um de nós é, portanto, um ato de evangelismo intenso e poderoso. Cada vez que as pessoas virem Cristo em nós, verão a Palavra de Deus agindo.
Um país como o Brasil precisa de uma igreja cristã que esteja disposta a servir a Deus tornando-se modelo para os demais cidadãos. Infelizmente, nossos índices de criminalidade, corrupção, imoralidade, mortalidade infantil, gravidez na adolescência etc, revelam que o trabalho da Igreja Cristã ainda não tem sido tão efetivo e precisamos pensar muito sobre isso: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta conhecimento. Porque tu, ó sacerdote, rejeitaste o conhecimento...” (Oséias 4.6a).
Vivemos muitas crises em nosso país, mas a mais séria é a falta de bons modelos. Uma grande onda de desconstrução de valores está operando a destruição do bem: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade...” (Isaías 5.20). Essa gritante falta de modelos gera a liberdade para que a destruição dos valores siga adiante sem freios.
Por isso, temos de fazer valer o nosso chamado e andar corajosamente ao encontro destas trevas que nos cercam e brilhar fortemente a luz de Cristo por meio de nosso viver: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas; para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Filipenses 2.14-15). A Igreja de Cristo tem esse dever e não pode se omitir.
Comemoramos, ontem, o dia da Independência do Brasil. Sabemos que nossa pátria é livre do domínio de outras nações e soberana em seu território. Mas também sabemos que nossa pátria ainda está dominada e escravizada por muitos pecados. Oraremos por essa Pátria que Deus escolheu para nós e seremos fiéis ao nosso chamado para ser sal e luz neste chão. Não podemos mais deixar ver perecer nosso país sob a imundície. Por isso, devemos nos recompor em fileiras de trabalho sério e cheio de amor para abençoar ao povo brasileiro.
Nossa Igreja aqui no Tatuapé tem uma oportunidade única para produzir esses filhos que abençoam a cidade e o país. Vamos educar nossas crianças e  jovens, vamos servir sem medo para espalhar a boa nova com a nossa vida. Ações de evangelismo, ação social, prestação de serviços ao público, atenção profissional etc. Muitas são as oportunidades e precisamos ser corajosos para aproveitar bem todas as oportunidades.

sábado, 31 de agosto de 2019

A Imitação de Cristo - Escolhendo Um Caminho de Devoção



Uma das mais importantes obras cristãs de todos os tempos é o livro do monge alemão Tomás Kempis (1380-1471). Apesar de seu impregnado apreço pela “missa católica”, o monge alemão fez parte de um movimento de espiritualidade no final da Idade Média, conhecido como “Devotio Moderna”.
A “Devotio Moderna” era um clamor de pessoas piedosas que desejam uma verdadeira vida cristã, centrada no exemplo máximo de Cristo e na aproximação real do homem com Deus. Tomás Kempis, enfatizou essa busca na sua obra prima, o livro a Imitação de Cristo, perseguindo duas principais ênfases: a) priorizar no coração as realidades eternas; b) estabelecer um laço de comunhão com Cristo nas coisas práticas do dia a dia.
Na época da Reforma Protestante, muitos protestantes se interessaram pela obra de Kempis, entre eles, João Calvino. Afinal, as bases mais importantes do movimento protestante buscavam exatamente a mesma coisa, isto é, uma vida cristã, mais bíblica e parecida com Cristo. Sem dúvida, a leitura de uma obra deste quilate nos faz pensar melhor sobre as nossas presunçosas pretensões e meditar que uma vida simples, deve ser mais útil, que as complexas buscas que nos ocupam nos tempos atuais.
No capítulo 2, cujo título é “Do Humilde Pensar de Si Mesmo”, Kempis nos faz olhar para nós e os outros de uma maneira diferente: “Não há melhor e mais útil estudo que se conhecer perfeitamente e desprezar-se a si mesmo. Ter-se por nada e pensar sempre bem e favoravelmente dos outros, prova é de grande sabedoria e perfeição. Ainda quando vejas alguém pecar publicamente ou cometer faltas graves, nem por isso te deves julgar melhor, pois não sabes quanto tempo poderás perseverar no bem. Nós todos somos fracos, mas a ninguém deves considerar mais fraco que a ti mesmo”. (KEMPIS, 2.III).
Imitar a Cristo é o que o apóstolo Paulo anunciou como um alvo existencial supremo, quando falou aos Gálatas o que esperava do resultado do seu ministério para com aquela igreja: “...meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gl 4.19). Ou quando falou aos Efésios sobre o alvo que deveria dominar toda a mente humana: “Até que cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13). Paulo colocava esse desafio para a Igreja e para si mesmo: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Co 11.1).
Neste mês de setembro, aqui na IPT, nossas liturgias apontarão para este alvo e serão exortações à vida em Cristo. Buscaremos a sabedoria do alto para que Cristo seja formado em nós e assim sua vida aumente em nossa vida.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Dia do Homem Presbiteriano - 1º Domingo de Fevereiro


Rev. J. Mauricio P. Nepomuceno

No calendário do presbiterianismo, comemoramos, no primeiro domingo de fevereiro, o Dia do Homem Presbiteriano. Esta é uma data muito oportuna para pensar: o que deveria fazer do homem presbiteriano alguém distinto dos demais homens da sociedade?
Talvez pensemos em definir o homem presbiteriano usando o jargão: o homem presbiteriano deve ser um “homem de Deus”. Mas, francamente, o que realmente isso significa? Teria o homem presbiteriano características distintivas como um homem de Deus. Poderia haver um caráter específico para o homem de Deus presbiteriano?
Certamente, para a Escritura Sagrada, a ideia de que um homem é presbiteriano pouco importa. Para nós, entretanto, o que realmente importa nessa qualificação é: o que crê um homem presbiteriano, que o faz diferente dos demais? O homem presbiteriano vive sob quais valores, que o tornam distinto?
A Bíblia como regra de vida - A masculinidade presbiteriana não é apenas um fruto do acaso. O homem presbiteriano aprende valores da sua masculinidade nas Escrituras. Todo homem de Deus deveria aprender a ser homem com Deus, o presbiteriano, em particular recorre à Palavra de Deus para entender o seu papel e o que Deus espera dele: “Guardo no coração a tua palavra para não pecar contra ti” (Sl 119.11).
Jesus como modelo - claro que também às mulheres é dada a ordem de imitar a Jesus. Mas para o homem, Jesus é o modelo perfeito também de como um homem deve aprender a viver para sua esposa e dar a vida por ela: “Maridos, amai a vossa mulher, como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25).
Vida pactual - o presbiterianismo é uma tradição cristã que valoriza a relação com Deus nos termos de uma relação pactual. Essa é a chamada “Teologia do Pacto” ou “Teologia Federal”, na qual o homem serve a Deus como cabeça. Claro que todos os seres humanos possuem responsabilidades pactuais com Deus, mas o homem presbiteriano tem a consciência de que Deus requer dele atenção dobrada quanto à espiritualidade da sua família e o seu compromisso de conduzi-la a Cristo: “Bem aventurado o homem que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos!” (Sl 128.1).  
Aprender e desenvolver nossa masculinidade com princípios presbiterianos significa desenvolver um viver bíblico, cristocêntrico e “Coran Deo”, isto é, sempre diante de Deus e para Ele.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

A Igreja do Rei - O Espírito Vos Constituiu Bispos

Rev. J. Maurício P. Nepomuceno
Para o apóstolo Paulo estava muito claro o que realmente é a Igreja do Rei e como ela se constitui. Ele declara que a Igreja é uma propriedade de Deus, comprada com o sangue de Cristo: “...a Igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20.28).
Ele também tem clareza sobre a responsabilidade daqueles que Deus coloca à frente do rebanho e como eles são assim designados: “...sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos” (At 20.28). Desta forma, precisamos lembrar também nós, os que hoje somos chamados para cuidar do rebanho de Deus, que devemos compreender nossa própria missão, enquanto pais, líderes cristãos, responsáveis por cuidar dos interesses do Reino de Cristo e, principalmente, a nossa missão de cuidar da Igreja do Rei.
O Espírito Santo vos constituiu bispos - Aqui, dirigindo-se aos presbíteros de Éfeso, o apóstolo os conclama a tomar todo o cuidado com a própria vida espiritual (Atendei por vós), para que possam cuidar, com percepção espiritual e madura, do rebanho do Senhor (atendei por todo o rebanho). Para completar essa exortação, lhes relembra que são, na verdade, colocados nessa condição e responsabilidade, pelo próprio Espírito de Deus.
Cuidar da Igreja do Rei não é uma tarefa alto imposta, ou uma condição em que podemos nos arrogar fazer. Essa tarefa é resultado do soberano chamado do Espírito de Deus. Ou seja, antes de nós e nossa vontade, o Senhor é quem opera a sua vontade ao escolher os cuidadores da sua Igreja.
Vos constituiu bispos (epíscopos) -  Duas palavras são usadas no texto para se referir a esses líderes: presbíteros e bispos. A primeira aponta para a sua maturidade espiritual, por serem os mais experientes de todo o rebanho, a segunda, objeto do texto de hoje, aponta para sua capacidade de planejar, organizar e escolher o melhor método para se seguir adiante.
Todos nós, em alguma medida, precisamos saber que temos a responsabilidade de facilitar a jornada dos demais irmãos. Precisamos encontrar caminhos com menos pedras, com menos perigos e mais eficientes para alcançar o que está proposto. Que a Igreja do Rei seja santa, sem mácula e pronta para o encontro final com o seu Rei.
Esse trabalho precisa ser feito e a Igreja precisa ser cuidada para Cristo. Essa é a responsabilidade que Deus  designou para nós! Negá-la ou dificultá-la é resistir à própria vontade do Rei. Cuidar da Igreja é um chamado! 

domingo, 20 de janeiro de 2019

A Igreja do Rei - Todo o Rebanho

Rev. J. Maurício P. Nepomuceno

O pastoreio da Igreja do Rei exige que saibamos, com clareza, o que a Igreja é! Infelizmente, nem sempre, lidamos com a Igreja de Cristo da maneira correta, porque temos uma ideia distorcida e equivocada da sua verdadeira natureza.
Este ano, escolhemos o tema “A Igreja do Rei”  para guiar liturgicamente nossa comunidade de fé. Dentro dessa temática, desejamos construir uma percepção correta sobre o é a Igreja do Rei. Nosso alvo é que sejamos capazes de ser e cuidar bem dela.
Para nossas pastorais dominicais, escolhemos o versículo 28 do capítulo 20 de Atos, que se trata de uma orientação do apóstolo Paulo aos presbíteros de Éfeso sobre o pastoreio da Igreja de Deus. Na primeira pastoral, fomos direto ao ponto: “A qual ele comprou com o seu próprio sangue”.  Destacando a natureza da igreja como uma propriedade não de homens e sim de Deus.
Já, na última semana, retomamos o começo do verso, que exige que os pastores do rebanho, tenham cuidado de sua própria fé: “Atendei por vós...”. Como um cirurgião antes de tomar o bisturi para operar um paciente, que precisa, primeiramente, esterilizar seus equipamentos e higieniza suas mãos. Também os que cuidam da igreja não o poderão fazer, sem que antes, cuidem de si mesmos.
Hoje, queremos que você pense sobre o que Paulo diz em complemento a isso: “Atendei por vós e por todo o rebanho...” (At.20.28). Sim, o ponto aqui não é tanto a natureza da igreja, mas sim a sua dimensão.
Todo o rebanho - Cristo não tem preferências e espera que cuidemos de “todas as suas ovelhas”. A nenhuma delas, ele planeja perder (Jo 10.28). Ao contrário, por todas, sem exceção, Ele deu a sua vida (Jo 10.14-15).
Todos nós, precisamos atentar para que em nosso meio todos sejam realmente pastoreados. Isso não se trata apenas de olhar para uma lista e perceber quem foi ou não visitado. O pastoreio é a ação positiva em favor da santificação e restauração efetiva daqueles a quem Deus comprou para si. Por isso, o pastoreio da Igreja do Rei não é um ato isolado de cuidado, mas uma rede de cuidado mútuo: “...até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus” (Ef 4.13).
Em nossa Igreja, desejamos que cada ovelha seja pastoreada por meio de uma forte rede de cuidado que se chama: Família da Fé. Um proposital modelo de Igreja que sabe o que é amar e cuidar de todos.

domingo, 13 de janeiro de 2019

A Igreja do Rei - Atendei Por Vós

Rev. J. Maurício P. Nepomuceno
Antes de fazer recomendações aos presbíteros para que pastoreiem a Igreja de Cristo, a qual foi por Ele comprada, Paulo os convoca a cuidarem bem de si mesmos primeiramente.
Atendei por vós - Paulo pede aos presbíteros que mantenham-se em guarda quanto a sua própria vida, até porque o rebanho olhará para estes homens e tenderá a imitar a sua fé (Hb 13.7; 1Pe 5.3). Este processo de aprendizagem pela modelagem está no centro do desenvolvimento da vida cristã. Em outras palavras: “crentes aprendem a ser crentes, vendo outros crentes, sendo crentes”.
O próprio apóstolo sabia que esta verdade também se aplicava a ele próprio, que estava disposto a conclamar os seus irmãos a imitar o seu modo de imitar a Cristo (1Co 11.1). Uma de suas mais poderosas frases nos faz pensar seriamente sobre a importância de  atentar bem para nossa vida: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (1Co 9.27).
A igreja do Rei não pode ser pastoreada e cuidada segundo padrões humanos negligentes, baseados em gostos pessoais para atender a interesses meramente humanos. A igreja do Rei deve ser cuidada por pessoas que estejam prontas a modelá-la para que alcance o mais belo padrão de formosura: Cristo (Gl 4.19).
A vida cristã é, portanto, um chamado à excelência de caráter e conduta, que jamais se inicia no outro, mas no “eu” para atingir e moldar o “outro”. Todos, de alguma maneira, temos o dever de cuidar de nós mesmos, para poder participar do amadurecimento e do preparo da Igreja do Rei para o encontro final com o próprio Senhor (Ef  5.27).
Na Igreja, o exemplo fala mais que o discurso. Precisamos cuidar de nossa vida e depositar nossas esperanças na graça que Deus derramará sobre nós, para nos fazer modelares para nossos filhos e para nossos irmãos na fé.
A igreja é uma grande casa de modelação, onde uns aos outros, nos ajudamos a parecer com Cristo.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

A Igreja do Rei - A Qual Ele Comprou...

Rev. J.Mauricio P.Nepomuceno

O apóstolo Paulo chamou aos presbíteros de Éfeso e, em palavras preenchidas por profunda afetuosidade, lhes recomendou: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a Igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20.28).
Uma visão clara do que é a Igreja é fundamental para que saibamos lidar com esta realidade do modo como Deus quer que lidemos com ela.
A qual ele comprou – o apóstolo convocou os presbíteros a pastorearem a Igreja, lembrando que ela é resultado do penoso trabalho da alma do Servo do Senhor (Is 53.11). Para Paulo, deve ficar muito claro para quem lida com a realidade da Igreja que nosso Rei que foi morto para que sua Igreja viesse a existir. Portanto, a Igreja é resultado do mais caro e precioso sacrifício e não pode ser tratada apenas como uma organização humana comum, ou uma questão de gosto ou propriedade pessoal, nem segundo as conveniências e interesses particulares.
Deus Pai sacrificou seu Filho pela Igreja e, por ela, Deus Filho, deu a sua vida.  O ato existencial de “ser igreja” deve ocupar lugar de prioridade e interesse em nossos processos de vida diária. Menos que isso é um modo de desprezo ao próprio Cristo. Você consegue compreender a importância disto?
Você, como igreja de Deus, trata a sua própria vida nessa perspectiva? Você olha para o seu irmão de fé e o vê como aquele por quem Cristo deu a vida? De perguntas assim simples, podemos pensar em profundas e importantes implicações práticas sobre o que estamos fazendo com aquilo que Cristo comprou para si.
O modo como você lida com essa verdade será traduzido no seu amor e cuidado com a Igreja, pela qual Ele deu o melhor. Por isso, aqui na IP Tatuapé, precisamos começar um período de oração pedindo a Deus que nos ajude a cuidar melhor de nós mesmos e do que Ele espera que sejamos como sua Igreja comprada com o seu sangue.
Quando este valor realmente for percebido e compreendido em nossas mentes, começaremos um virtuoso período de cuidado e desenvolvimento para nossa Igreja, como rebanho de Cristo, como uma joia da coroa do Senhor.
Neste ano de 2019, esse será o nosso tema geral: “A Igreja do Rei”. Desejamos aprender sobre a natureza dessa preciosa condição e viver de forma que agrade ao nosso Rei.